Cemitério Paulista desenvolve projeto para preservação de Abelhas Sem Ferrão

Desenvolvemos um novo conceito de cemitério, no qual, arquitetura, paisagismo, arte, psicologia e sustentabilidade se fundem em um ambiente inovador. O Memorial Parque das Cerejeiras foi fundado, em novembro de 1993, com o objetivo de oferecer um local em que familiares e amigos sintam-se acolhidos no momento da dor. Atualmente, mais de 25 mil famílias confiam em nosso trabalho, que é feito, diariamente, com muita seriedade, respeito, compromisso e responsabilidade. Desenvolvemos um novo conceito de cemitério, no qual, arquitetura, paisagismo, arte, psicologia e sustentabilidade se fundem em um ambiente inovador, com serviços de alta qualidade e um atendimento humanizado. Possui mais de 300.000 m2 de área, onde mais da metade é destinada à preservação ambiental. Composto por belas praças, trilhas ecológicas e lagos com carpas, com vista permanente para o Parque Estadual Guarapiranga, o Parque das Cerejeiras oferece conforto aos visitantes. O local dispõe de cinco ambientes para velórios, todos com salas de estar privativas; sistema de segurança 24 horas, câmeras de vídeo; serviço de assistência ao enlutado; homenagens com o projeto Vida Verde; infraestrutura para deficientes físicos e velório on-line. Outra exclusividade, é o conjunto de esculturas em madeira do artista Hugo França, que utiliza árvores condenadas ou caídas naturalmente para criar bancos e devolvê-las ao convívio e utilização públicas. Além de duas esculturas da artista plástica Alê Bufe: a “Árvore” – elaborada de aço corten a partir de pinturas a dedo –, localizada na Alameda das Palmeiras Imperiais, e a obra “Ciclo”, ao lado da capela, desenvolvida com o material descartado da primeira.

Realizar um trabalho voltado à proteção das abelhas é um desejo antigo no Cerejeiras que começou a ser viabilizado no início de 2021. Entendemos que a abelha é um animal de grande importância para a preservação do meio ambiente, para a sustentabilidade do planeta, e que por isso é nossa responsabilidade proteger a espécie e ajudar na sua propagação.

A importância das abelhas na natureza.

As abelhas são muito importantes para a polinização vegetal e a diversidade biológica. Elas são fundamentais para a reprodução entre as espécies vegetais, permitindo que estas frutifiquem e gerem sementes em abundância.

Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), 88% das plantas com flores das matas e florestas e 70% das culturas agrícolas dependem dos animais polinizadores. A polinização das abelhas é fundamental para garantir a existência das florestas e dos alimentos que consumimos. Muitas pessoas não sabem, mas sua extinção nos tiraria muito mais do que apenas o mel: sem as abelhas, muitas outras plantas e animais deixariam de existir.

Abelhas sem ferrão – os meliponíneos.

Assim como no mundo, as abelhas possuem uma grande importância no ecossistema brasileiro. Os chamados meliponíneos, tribo que compreende as abelhas sem ferrão e congrega as espécies nativas do Brasil, são os principais responsáveis pela polinização da grande maioria das espécies vegetais do nosso país.

As abelhas sem ferrão são encontradas nas regiões tropicais e subtropicais (Américas do Sul e Central, África, Sudoeste da Ásia e Austrália). No Brasil existem cerca de 300 espécies de abelhas sem ferrão, porém ainda são pouco compreendidas e valorizadas. São assim chamadas por possuírem um ferrão atrofiado, sendo incapazes de ferroar.

As abelhas sem ferrão são muito conhecidas entre os povos indígenas que utilizam o seu mel como alimento e adoçante natural. A relação dos povos indígenas com a abelha sem ferrão se reflete nos nomes populares como são conhecidas, de origem tupi, tais como jataí (fruto duro), mandaçaia (vigia bonito), iraí (rio de mel) e mirim (pequeno).

Historicamente, nossas abelhas nativas sofreram com a chegada das abelhas estrangeiras e também com a exploração predatória por meleiros. Hoje, a atividade de produção de mel com as abelhas sem ferrão está mais valorizada, organizada e é conhecida pelo nome de meliponicultura.

Apicultura e Meliponicultura.

Ambos os termos apicultura e meliponicultura designam a criação de abelhas, mas de espécies e origens diferentes.

Apis mellifera

A abelha Apis mellifera é uma das espécies de abelhas “com ferrão”, nativa da Europa, África e parte da Ásia. Introduzida no Brasil no século XIX, espalhou-se rapidamente por todo o continente.

São as abelhas sociais mais conhecidas, com maior densidade de habitantes por colônia e as que mais produzem mel. Nas colônias apiárias, o mel é armazenado em favos. Na sociedade das Apis, quando se forma uma nova colônia, é a abelha-rainha que migra, deixando uma princesa na colônia original. São também famosas por sua agressividade, sendo capazes de picar (aferroar). Quando se pensa em abelha, a imagem que nos vem à cabeça é justamente a da Apis melífera.

O termo “apicultura”, que nomeia a criação de abelhas com ferrão, é uma referência a esta espécie.

Meliponíneos

As abelhas sem ferrão, ou melíponíneos (meliponini), que incluem as espécies nativas do Brasil, são geralmente pacíficas, até porque possuem um ferrão atrofiado e são incapazes de aferroar.

Podem ser menos presentes na cultura popular moderna que as Apis, mas são muito valorizadas pelos povos tradicionais indígenas e rurais. Em sua maioria são abelhas sociais e produzem um mel mais saboroso e com baixos teores de açúcares. Seu mel é bastante apreciado na gastronomia e benéfico para a saúde.

Nas colônias dos meliponíneos, o mel é armazenado em potes. Ao contrário do que ocorre com as Apis, nas sociedades dos meliponíneos, quando se forma uma nova colônia, a abelha-rainha fica na colônia original, deixando uma princesa encarregada da nova colônia.

O termo “meliponicultora” nomeia a criação de abelhas sem ferrão.

Abelhas nativas e a ameaça das abelhas estrangeiras.

Em 1860 os jesuítas trouxeram da Europa as abelhas do gênero Apis para o Brasil. Além de terem uma produtividade alta de mel, as abelhas desta espécie produzem uma cera branca, e por isso eram tão valorizadas pelos jesuítas: a cera que produziam era usada para confeccionar as velas das igrejas católicas.

Em 1956, o biólogo paulista Warwick Estevam Kerr trouxe da África para o Brasil as abelhas africanas, ainda mais agressivas, porém muito mais produtivas.

O cruzamento das duas gerou a espécie híbrida apis africanizada, que hoje é a principal produtora de mel do Brasil. Por possuir grande facilidade de migrar, a abelha africanizada rapidamente se espalhou pelo país, ameaçando a sobrevivência das abelhas nativas.

Sem abelha não tem alimento.

Estima-se que o trabalho realizado “de graça” pelas abelhas tenha um valor econômico equivalente a quase 10% da produção agrícola mundial. No Brasil, mais de 50 milhões de toneladas de produtos agrícolas dependem diretamente da polinização das abelhas.

Parte dos agricultores já perceberam a importância da abelha e pagam para alugar colmeias no período da florada. A presença de abelhas nas plantações ajuda na reprodução das plantas e melhora a sua produtividade.

O declínio da população de abelhas e o Dia Mundial da Abelha.

Infelizmente, a população das abelhas, principais polinizadores da natureza, está em declínio. Os primeiros relatos sobre o desaparecimento em larga escala de abelhas vieram dos Estados Unidos, mas hoje a Europa, a América Latina e, particularmente, o Brasil têm registrado uma grande diminuição da população de abelhas, o que coloca todo o ecossistema em risco.

A destruição de florestas, os grandes cultivos monocultores e o uso de agrotóxicos nocivos nas lavouras são algumas das grandes ameaças à espécie.

O declínio acentuado da população de abelhas é hoje visto como uma ameaça à sustentabilidade. Por isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu 20 de maio como o Dia Mundial da Abelha.

O Dia Mundial da Abelha é uma oportunidade para sensibilizar a todos sobre a importância das abelhas e dos polinizadores para a saúde da população humana e do planeta. O propósito é incentivar ações que protejam e ajudem os polinizadores e seus habitats, aumentem sua abundância e mantenham sua diversidade. É sempre importante lembrar que as abelhas e a apicultura desempenham um papel importante não só no meio ambiente, mas também na produção agrícola, apoiando a subsistência rural, criando empregos rurais e melhorando a segurança alimentar e nutricional.

Iniciativas ambientais e o longo caminho para preservação das abelhas.

A consciência da importância das abelhas para o meio ambiente é o melhor caminho para a proteção deste pequeno animal que tem uma relevância gigantesca para o meio ambiente.

Muitos projetos ambientais no Brasil e no mundo se dedicam a preservar as abelhas e propagar informação e educação ambiental:

Projeto Cidade Amiga das Abelhas.

O projeto “Cidade Amiga das Abelhas – Polinizando a natureza para a vida” nasceu por iniciativa da organização “Bee or not to be”, no contexto de sua campanha “Sem Abelha, Sem Alimento”, em parceria com a AMESAMPA. O projeto tem como objetivo pautar a gestão pública para que adote praticas que visem a preservação do meio ambiente, a educação ambiental e a sustentabilidade, garantindo uma qualidade de vida melhor para sua população e para o meio em que habitamos – a partir da preservação de seus mais importantes polinizadores.

SOS Abelhas Sem Ferrão.

A organização SOS Abelhas Sem Ferrão acredita que conscientizar é proteger e por isso trabalha para a proteção das abelhas através da educação ambiental, serviços ambientais, pesquisa e campanhas de conscientização. A SOS Abelhas Sem Ferrão é uma grande defensora e ativista pela criação de abelhas nas cidades.

Resgatando a Meliponicultura

Como resultado da maior conscientização da sociedade civil sobre a importância das abelhas, a meliponicultura vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Hoje em dia, a criação das abelhas nativas não está restrita à cultura popular, às populações indígenas e rurais tradicionais, mas tem ganhado o engajamento das cidades e dos cidadãos que entendem a meliponicultura como uma atividade que é sinônimo de sustentabilidade.

De fato, a criação racional de abelhas sem ferrão diminuiu de forma significativa a atividade extrativista dos meleiros. Técnicas e manejos adequados para o desenvolvimento e a multiplicação de colônias contribuem para o restabelecimento das populações naturais, além de promover a meliponicultura como uma importante atividade formadora de renda por meio da produção de mel e da multiplicação e venda de colônias.

A meliponicultura valoriza a sustentabilidade em diversos aspectos: pelos produtos que as abelhas nos oferecem (mel, geoprópolis etc.), pelo serviço de polinização de nossas florestas e das culturas agrícola, pelo resgate de uma tradição local, ou pelo simples prazer de observar esses encantadores animais trabalhando nas flores ou em seu ninho. Muitos veem nas abelhas sem ferrão, sociais e pacíficas, ótimos animais de estimação.

Meliponário Cerejeiras: nossa parceria com a SOS Abelhas Sem Ferrão.

Nós do Memorial Parque das Cerejeiras temos como um de nossos pilares a Sustentabilidade e o Meio Ambiente. Estamos empenhados em preservar a natureza que nos cerca e espalhar conhecimento através da informação, educação ambiental, e estruturas sustentáveis em nosso espaço.

Por isso, estamos orgulhosos em poder ter feito do projeto do Meliponário Cerejeiras uma realidade em abril de 2021, em parceria com o SOS Abelhas Sem Ferrão. Nosso projeto tem o objetivo de introduzir ou ampliar a população de algumas espécies de abelhas nativas, tais como jataí, iraí, mandaçaia, mirim guaçu, entre outras.

Além de preservar o meio ambiente e potencializar nossos projetos de requalificação e conservação florestal, contamos com o Meliponário Cerejeiras como um projeto educacional, capaz de promover a educação sobre a importância da abelha no meio ambiente, naturalizando o convívio entre nossas abelhas nativas e os visitantes do Parque das Cerejeiras. (Cemitério Memorial Parque das Cerejeiras)

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