Leitchê

Núcleo aniônico para vacas em cria – Leitchê

Leitchê

Núcleo aniônico pré-parto

Leitchê Pré-Parte é um núcleo aniônico fornecido para reduzir DCAD da dieta e controlar hipocalcemia subclínica, melhora na resposta dos tecidos ao PTH, resultando em maior absorção intestinal e mobilização óssea de Ca.

A estratégia consagrada para diminuir a ocorrência de hipocalcemia clínica (febre do leite) e subclínica em rebanhos leiteiros é o uso de dietas aniônicas no pré-parto que utilizam mais ânions (íons com carga negativa, como Cl e S) que cátions (íons com carga positiva, como Na e K), levando a uma diferença catiônica-aniônica da dieta (DCAD) negativa. Tal estratégia é alcançada geralmente pela inclusão de sal mineral rico em cloretos e sulfatos, e evitar o fornecimento de forragens de alta qualidade que possuem elevada concentração de potássio (íon de carga positiva).

A dieta aniônica previne mudanças muito bruscas na concentração de cálcio ao redor do parto, através de mecanismos de adaptação do próprio organismo como a diminuição da excreção de cálcio, aumento da absorção intestinal e reabsorção óssea. Consequentemente, quando houver demanda extra de cálcio para o parto e principalmente para a síntese do colostro, cujo aporte demanda cerca de 2,3 g de Ca por kg de colostro produzido, haverá mais cálcio disponível na corrente sanguínea.

Tendo em vista a eficiência da dieta aniônica, podemos então aumentar a inclusão do sal aniônico, melhorando ainda mais o seu efeito? Ou ainda, aumentar o período de fornecimento otimizando o manejo e reduzindo desordens sociais no rebanho, com suplementação precoce antes dos 21 dias previstos para o parto?

Vacas suplementadas somente nos últimos 21 dias antes do parto produziram mais leite e tiveram maior sucesso reprodutivo em relação aquelas suplementadas por 42 dias. A menor produção ocorrida no tratamento com 42 dias pode estar relacionada a antecipação média do parto em dois dias, e que pode ter comprometido a diferenciação de células epiteliais da glândula mamária em células secretórias, resultando em menor produção de leite. Além disto, outra hipótese seria o comprometimento da sinalização hormonal tanto da prolactina como do eixo somatotrópico (GH e IGF-I), os quais podem ser influenciados pela longa exposição da dieta que estimula acidose metabólica.

Sabemos que a ocorrência de hipocalcemia no pós-parto imediato pode desencadear uma cascata de eventos, e a melhor prevenção são as dietas aniônicas, que são comprovadamente eficientes. Porém os resultados aqui mostrados evidenciaram que um maior período de suplementação, ou um DCAD mais agressivo, não influenciaram na ocorrência de hipocalcemia clínica e subclínica (não alterando o nível de cálcio plasmático e iônico) e de outras enfermidades pós-parto (retenção de placenta, metrite, mastite e deslocamento de abomaso).

Logo, podemos concluir que não precisamos inovar na suplementação de dietas aniônicas para vacas no pré-parto, forçando um período mais longo de fornecimento ou com DCAD mais agressivo, pois isto não resultou em benefícios, e inclusive pode acarretar prejuízos, com aumento nos custos de suplementação, além de outros prejuízos para a vaca recém-parida. Ou seja, nesse caso o mais simples é o melhor, mais eficiente e econômico!