A cruz suástica já foi usada no Brasil como logotipo de várias empresas nacionais e multinacionais, antes de tornar-se conhecida como símbolo do nazismo na Alemanha.
Desde 1913, o depósito de material elétrico Haupt já aparece em anúncios publicados no Estadão com o logotipo em forma de suástica. Também já usaram o símbolo a Asea e a Shell, que comercializava um óleo lubrificante chamado Swastica.
Asea. Nos anos 1920, a mesma empresa aparece em anúncios impressos como representante da indústria de máquinas elétricas alemã Asea, que também utilizava o símbolo como logomarca.
A companhia sueca Asea, agora parte da Asea Brown Boveri, usava a suástica em sua marca, desde a década de 1890 até 1933.
Nos anos 1920 e 1930 a suástica também aparecia em anúncios da marca de gasolina Energina e do óleo lubrificante Swastica, duas empresas pertencentes à gigante petroleira Anglo-Mexican Petróleo.
Nos dois casos, a cruz usada é diferente da nazista e gira no sentido horário.
Os anúncios da gasolina Energina usavam caricaturas que mostravam personagens espantados com a velocidade dos carros abastecidos com o combustível.
Anglo Mexican. Em outubro de 1926, um anúncio da Anglo-Mexican dizia que o aviador Ramon Franco, que voou 10,2 mil quilômetros em 60 horas desde Palos de Moquer, na Espanha, até Buenos Aires, no hidroavião Plus Ultra, havia utilizado a gasolina Energina na etapa do Rio até o fim da viagem.
Em 31 de dezembro de 1926, a Shell publicou um anúncio no Estadão para informar iria trocar a antiga cruz suástica dos seus produtos pela concha usada até hoje.
O mesmo anúncio informava que os lubrificantes Swastica haviam mudado de nome e passariam a se chamar Energina.
“Estas modificações não alterarão a qualidade dos produtos, que continuarão como sempre a proporcionar ao público qualidade irrepreensível”, dizia o texto da Anglo-Mexican.
A suástica já foi usada até pela Coca-Cola, em 1925, em chaveiros e um “relógio da sorte” com o slogan: “Beba Coca-Cola, cinco centavos em garrafas”.
História. Com o crescimento do nazismo, o símbolo foi abandonado pelas empresas e até mesmo por povos indígenas norte-americanos, que publicaram um decreto declarando que não mais usariam a suástica em sua arte.
No passado, a suástica com diferentes variações já foi usada por Astecas, Celtas, Budistas, Gregos e Hindus.
O partido nazista adotou a suástica, ou ‘Hakenkreuz ‘ (cruz em gancho) em 1920.
Na Alemanha pós-guerra, o Código Penal tornou criminosa a exibição da suástica e outros símbolos nazistas – com exceção dos fins educacionais e de demonstrar oposição ao nazismo.
No Brasil, o uso da suástica para fins nazistas é considerado crime, de acordo com a lei 9.459, de 1997, que trata dos crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.